Trata-se de uma unidade fabril que vai, a partir de 2021, processar 700 toneladas/dia, uma média anual de 255 mil e 500 toneladas, com o objectivo de ajudar o sector acabar com o défice existente no mercado.
A Induve decidiu entrar nesse negócio numa altura em que o país está com uma capacidade de 420 mil toneladas, quando as necessidades são de 520 mil toneladas, um défice de 100 mil toneladas/ano.
Neste projecto, a empresa, inaugurada em 1957 e vocacionada na produção de óleo vegetal, ração animal e farinha de milho, conta com 50 por cento do financiamento do Banco BIC, no quadro do Programa de Apoio ao Crédito (PAC) e outra metade são fundos próprios.
Em entrevista hoje à Angop, o administrador financeiro da Induve, Kidy Aragão, informou que o valor do investimento chegou a essa cifra por existir já a estrutura física, do contrário o valor poderia rondar entre 30 e 35 milhões de dólares americanos.
“Boa parte do projecto fabril já existe, falo em termos de prédio rústico e algumas infra-estruturas que já existem, porque se fosse a começar do zero não estaríamos a falar deste valor”, disse.
Nesta nova empreitada, cujo objectivo é acabar com a importação da farinha de trigo, a Induve está a trabalhar com o Banco BIC, faltando apenas o acerto de alguns detalhes administrativo para que o dinheiro seja disponibilizado.
Quando entrar em actividade comercial em Janeiro de 2021, a unidade fabril poderá criar 125 novos postos de trabalho directo.
Neste momento, as obras para edificação da unidade fabril consistem nas fundações para a instalação dos silos de grande capacidade, para criações de condições de armazenamento e reservas do grão a longo prazo.
“Nos não podemos pensar em reserva alimentar na farinha de trigo que tem apenas um prazo máximo de 4 a 6 meses, porque depois a farinha não tem a mesma qualidade. Mas pensar em reservas alimentares e ter o grão que poderá levar dois anos se for bem armazenado”, frisou.
Sobre a matéria-prima para sustentar a unidade, Kidy Aragão referiu que continuará a ser importada por incapacidade do mercado em dar resposta às necessidades.
“Infelizmente ainda será importada por um bom tempo. Já existem alguns agricultores a produzirem trigo, mas o acondicionamento e o escoamento do mesmo continua a perigar a produção”, lamentou.
Quando foi inaugurada em 1957, a Induve tinha na sua linha de produção dois produtos: óleo vegetal feito através do girassol e o sabão em barra.
Com o processo de redimensionamento do sector empresarial estatal, a empresa foi privatizada em 2003 e passou a incluir na sua linha de produção a farinha de milho amarela e a ração animal.
A matéria-prima sempre teve como fonte o mercado externo, por insuficiência do mercado interno.
Fonte: Jornal Angop