A infra-estrutura está a ser erguida em estilo vertical na localidade do Chibôdo, 11 quilómetros a nordeste da cidade de Cabinda e implantada numa área de aproximadamente cinco hectares, cuja construção de 41 mil metros quadrados vai possuir oito andares.
Do quarto ao oitavo piso, vão estar reservados às enfermarias com a capacidade global de internar 200 doentes.
A futura maior unidade sanitária da província divide-se em duas partes essenciais, sendo que, logo à entrada na parte frontal do edifício, vão ser instalados todos os serviços médicos, desde a neonatologia, urgências, passando pelos tratamentos de traumas, da hemodiálise à hematologia, incluindo laboratórios com equipamentos de alto nível de diagnóstico e área de armazenamento de medicamentos, entre outras não menos importantes, como por exemplo a de consultas externas e de acompanhamento aos doentes em regime ambulatório, que acorrerem àquele hospital para assistência médica e medicamentosa.
A infra-estrutura vai ter, também, o chamado piso técnico, para os serviços de emergência, incêndios, geração de energia, manutenção, armazém, cantina, lavandaria e morgue. O hospital conta igualmente com a especificidade de assegurar as aulas práticas e de investigação de doenças tropicais, predominantes no país e na província de um modo particular, pelos estudantes do curso de Medicina.
A parte traseira da futura infra-estrutura é reservada à logística, ou seja, para o acondicionamento de equipamentos e outro material indispensável à gestão hospitalar, incluindo o parqueamento de viaturas.
A decana do Instituto Superior Politécnico, Justina Buta, disse ao Jornal de Angola, no final da visita que o governador da província, Eugénio César Laborinho, efectuou, muito recentemente à instituição, que considera de extrema importância a construção de um hospital universitário na província, pois a falta desta instituição tem dificultado a formação prática dos estudantes dos cursos de Análises Clínicas, Enfermagem e Psicologia Clínica, sobretudo em exercícios práticos e a investigação de algumas doenças tropicais. “É bem-vindo um hospital de caris universitário na província, pois é um espaço onde os nossos estudantes podem ter aulas práticas e desenvolver actividades de investigação”, disse Justina Buta, para quem a falta dessas condições força os estudantes a terem aulas práticas em hospitais públicos, onde nem sempre existem condições técnicas para as mesmas.
Visita ministerial
Muito recentemente, uma delegação multi-sectorial integrada pelos ministros da Energia e Águas, João Baptista Borges, da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e a do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, na companhia do governador provincial, Eugénio Laborinho, visitou as obras de construção do Hospital Geral de Cabinda, com o objectivo de se inteirar da sua evolução, constrangimentos e também sugerir algumas correcções atinentes à infra-estrutura, já que o projecto é de subordinação central.
Os três ministros, incluindo o governador da província, receberam do empreiteiro (Mota Engil), informações detalhadas acerca do edifício em construção, tendo em comum manifestado a sua satisfação, pelos esclarecimentos obtidos do empreiteiro e que, em abono da verdade, convergiram com a realidade dos factos radiografados no terreno. Do empreiteiro, os membros da delegação receberam, também, garantias de cumprimento escrupuloso do prazo contratual, caso não haja da parte do dono da obra (Executivo) atrasos de pagamento da mesma, cuja conclusão está prevista para Janeiro de 2020.
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, por exemplo, recomendou a instalação de uma estação de tratamento de água independente, tendo em conta que a unidade vai contar com os serviços de hemodiálise, que precisarão de água pura permanente para o tratamento de doentes com esta patologia. O titular da pasta da Energia e Águas recomendou, por outro lado e de forma muito particular, ao empreiteiro para prever já a instalação subterrânea de cabos de energia eléctrica até à estrada principal, para facilitar a conexão na rede pública, evitando possíveis constrangimentos de última hora.
Edifício inteligente
O secretário provincial das Obras Públicas, Paulo Luvambano, considerou o futuro Hospital Geral de Cabinda como sendo uma das maiores infra-estruturas hospitalares de que a província vai beneficiar dentro de dois anos, o que de certo modo vai dar resposta a várias vicissitudes que a população tem vivido no domínio da assistência médica e medicamentosa.
O futuro Hospital Geral de Cabinda foi destacado pelo secretário provincial das Obras Públicas, não só pela grandeza física que vai ostentar, mas acima de tudo pelas múltiplas valências de que vai dispor, começando pela aglutinação de vários e importantes serviços hospitalares, unidade específica para aulas práticas de estudantes de Medicina e pela sua beleza arquitectónica, o que no entender do responsável “vai tornar num edifício inteligente” e num autêntico cartão de visita à zona nobre do Chibôdo, onde o governo provincial está a projectar a edificação da futura “metrópole” em substituição da velha e cansada cidade de Cabinda.“O edifício é moder-no com linhas arquitectónicas decentes e vai desenvolver-se em oito pisos”, recordou o secretário provincial das Obras Públicas, Paulo Luvambano, acrescentando que, com a sua edificação, a urbe vai ganhar mais um marco de referência obrigatória do ponto de vista urbanístico e, por conseguinte, valorizar a zona urbana leste, que está em crescimento, além de que, do ponto de vista arquitectónico, “estaremos diante de um edifício moderno com linhas arquitectónicas simples, com grandes panos de vidros e, quando muito não seja, um edifício emblemático de múltiplos serviços hospitalares.”
Ao todo, 240 trabalhadores de diversas áreas profissionais, entre pedreiros, serralheiros, marceneiros, ferreiros, canalizadores e electricistas, in-cluindo 10 funcionários ex-
patriados, garantem diariamente os trabalhos na obra que já tem uma execução física de cerca de 20 por cento.
O secretário provincial das Obras Públicas disse que o surgimento das obras de construção do novo Hospital Geral de Cabinda “constituiu uma grande oportunidade de emprego para os jovens que aí labutam”, pois, acrescentou, pelo trabalho que fazem, já conseguem angariar mensalmente, ainda que seja pouco, algum dinheiro para o sustento das suas fa-mílias e não só. “O hospital, embora esteja ainda em fase de construção, já está a contribuir para a melhoria social de alguns jovens e isso já é muito bom”, disse o também arquitecto de formação, Paulo Luvambano.
Reabilitação de estradas
Instado a pronunciar-se sobre as obras de recuperação de estradas em curso na cidade de Cabinda, assim como daquelas que se encontram paralisadas sem qualquer explicação e que, de certo modo, têm estado a criar sérias dificuldades e a causar vários transtornos, disse esperar que a situação seja ultrapassada nos próximos tempos.
A par das obras acima referenciadas, o governo provincial já investiu na recuperação da avenida Duque de Chiaze, partindo do aeroporto até à cidade, em pequenos troços que interligam as vias no casco urbano e na periferia da cidade, na estrada do Comércio, concretamente a partir do troço Mandafama, passando pelo Cabassango até à pequena rotunda com o mesmo nome.
De obras de recuperação de estradas não é tudo pois, de acordo com o secretário das Obras Públicas, o governo provincial entende que muito há ainda por se fazer nesse domínio, daí que está seriamente engajado na execução de obras nas vias estruturantes, secundárias e terciárias “por acreditar que sem as vias, não há comunicação e, sem comunicação, não pode haver desenvolvimento”.
Quanto à recuperação de alguns troços degradados na estrada nacional 100, que começa a partir da fronteira do Yema, passando pela ro-tunda do aeroporto, em di-recção à rotunda do Cabassango, desembocando na fronteira do Massabi, numa extensão total de 90 quilómetros, como a reabilitação de outros troços em estado semelhante na estrada 200, que inicia no entroncamento do Bitchequete, ligando o Alto Maiombe (Buco-Zau, Belize até Miconge), o responsável máximo das Obras Públicas na província revelou que as obras vão ter início quando terminar o processo de transportação de pedras a partir do município do Be-lize, onde é extraído o mesmo material que está a ser empregue nas obras de construção do Porto de Águas Profundas do Caio.
Bernardo Capita|Cabinda
6 de Julho, 2018, http://jornaldeangola.sapo.ao/reportagem/avancos_na_construcao_do_hospital_de_cabinda